Essa foi a pergunta que fiz hoje na minha caminhada para mim mesmo (para voces verem que não pego leve nem comigo mesmo) e tive respostas incríveis.
Um dos processos que o ser humano é "obrigado" a ter pela sociedade moderna é, com toda a certeza, crer em alguma coisa (nem que seja no "nada"). Porém as vezes podemos ficar confusos quanto ao que realmente acreditamos e no que realmente temos fé.
Aparentemente podem ser a mesma coisa (fé e crença) mas não são. Crença pode envolver um ou mais fatores comprovados ou não que fazem você desenvolver afinidade em relação a determinado assunto ou acontecimento, te levando a agir com boa vontade a determinada causa ou grupo de acontecimentos. Fé é a certeza de algo ocorrido ou por ocorrer SEM provas conclusivas de que tal fato pode ou não acontecer. (nossa, nunca falei tão bonito assim) Vou usar um exemplo bíblico para explicar isso: Jesus (independente se é cristo ou só o nazareno) nasceu, cresceu, teve discípulos e foi assassinado. ISSO é crença, porque fatos históricos provam que ele nasceu e cativou muita gente. Agora, que ele transformou água em vinho, que andou sobre a água ou se era o filho primogenito de deus, já faz parte da fé, porque coisas assim não puderam ser comprovadas.
Sobre isso que fiquei batendo papo comigo mesmo durante uma hora e meia durante meus classicos 10km de caminhada. É essa diferença que me fez constatar que, na mais visão mais fria que consigo ter sofre mim, eu não tenho fé em N-A-D-A. E pior, que eu acredito em números limitados de coisas!
Desde sempre eu conheço gente que vive falando "nossa, eu não vejo graça em muita coisa, porque sempre que fico muito tempo fazendo a mesma coisa, essa coisa fica chata" (e essas pessoas dizem isso desde um simples modelo de blusinha até namorados!!). Bom, sinto lhes informar mas, essas coisas perdem a graça porque você, inicialmente, já não tinha fé de que aquilo viraria alguma coisa. Sendo assim, para quê fazer? Aí entra a crença.
Vamos exemplificar: Você adora fazer a sofrida dizendo que ninguém te valoriza, que ninguém é compreensivo o suficiente e que em todos os caras que você ficou (dos tipos mais variados de idade, credo, etnia e nacionalidade), no final das contas, faltava alguma coisa que você nunca encontrou. Bom, o que faltava de verdade era fé em você amore. Vamos colocar da seguinte forma: Por que tentamos tanto encontrar alguém que nos complete? Além da pressão social, claro, porque temos essa esperança de que não vamos morrer sozinhos. Essa esperança aliada ao fato de que existem inúmeros casais que passam a vida juntos e felizes, cria em nós a crença de que não morreremos sozinhos comidos pela metade pelo nosso pastor alemão (Brigdet Jones: 01 saudade), mas não nos dá a certeza de que o boy que conhecemos de maneira inusitada e que se encaixa perfeitamente no nosso perfil seja o homem da nossa vida, quem faz isso é a fé. Na maioria das vezes nos confundimos e acreditamos que o referido boy é o boy da nossa vida porque a nossa bff conheceu o dela assim e estão sendo felizes para sempre. Mas isso é crença, porque temos uma prova física, e não fé.
Na questão da bruxaria faz todo o sentido nos preocuparmos com o que acreditamos e no que temos fé. É muito comum, do jeito que banalizaram todas as Tradições, encontrarmos pessoas que seguem tanto a Tradição indiana, quanto a wiccana, quanto a suméria, quanto a xamânica. Mas será que essa pessoa realmente tem fé em todas essas manifestações? Se a resposta for sim, então eu começo a sofrer por ela, porque tantas explicações de tempos diferentes sobre os mesmos assuntos deve dar um nós na fé de qualquer pessoa. Claro que para o ego é maravilhoso dizer que segue várias tradições de tempos diferentes porque afinal "a alma não tem tempo", mas a verdade é que acreditar que a Mãe-de-todos é a terra e a lua ao mesmo tempo, porque você segue duas Tradições diferentes, me parece um pouco forçado. Se for para fazer uma prece, para que lado você de vira, para a terra ou para a lua? ou você reveza? Parece um pouco brincadeira com coisa séria e não fé em si.
Vamos definir para nós mesmos o que acreditamos e no que temos fé, para seguirmos um caminho só sem distrações, nem dúvidas, nem arrependimentos.
Isso é o mínimo que devemos enquanto seres evolutivos.
Céad mille fáilte! Namastê!
